Perfil epidemiológico das infecções causadas por Hantavírus diagnosticadas no Estado de Mato Grosso de 2014 a 2023
DOI:
https://doi.org/10.36560/19120262157Palavras-chave:
zoonose, roedores, sazonalidadeResumo
A Hantavirose é considerada uma zoonose viral aguda, que pode evoluir para infecção fatal. Possui como reservatórios roedores, musaranhos, toupeiras e morcegos. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico dos casos de Hantavirose registrados no estado de Mato Grosso (MT) no período de 2014 a 2023. Metodologia: Estudo epidemiológico descritivo, quantitativo, transversal e retrospectivo com dados de 2014 a 2023 coletados no sistema on-line de informação de agravos de notificações da Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso. Resultados: Dos 102 casos de Hantavirose registrados no período, as maiores prevalências foram observadas nos seguintes fatores: ano de 2014 (23,5%); meses de abril e julho (13,7% e 12,7%, respectivamente); faixa etária dos 35 aos 39 anos de idade (19,6%); sexo masculino (85,3%); escolaridade do quinto ao oitavo ano incompletos do ensino fundamental (25,5%); município de Campo Novo do Parecis (24,5%); síndrome cardiopulmonar (50%); limpeza de depósito de armazenamento de grãos correspondeu o maior percentual de exposição (37,3%). A letalidade geral foi de 35,3%, sendo mais elevada nos anos com menor número de casos. A análise de associação demonstrou que o desfecho esteve estatisticamente relacionado à faixa etária (p < 0,050), à ocorrência da doença relacionada ao trabalho (p < 0,001) e à forma clínica (p < 0,001). A chance de óbito por Hantavirose foi 18 vezes maior em casos de doença ocupacional, 5,5 vezes maior em pacientes com síndrome cardiopulmonar e aumentada na faixa etária dos 50 aos 54 anos quando comparada a outras faixas. Conclusão: é necessário melhorar o diagnóstico precoce da doença a fim de diminuir a letalidade e intensificar ações de prevenção
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Accepted 2025-12-17
Published 2025-12-17

